quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O Porco.



Era uma vez um porco solitário que adorava ser porco.
Ele não almejava ser grande como o Leão, nem tão astuto como o macaco-demorô.
Ele gostava de viver comendo qualquer coisa que encontrasse.
Ele comia lixo, comia lavagem, comia pedra, comia até a bunda do Leandro de vez enquanto.
Ser porco ia além da sua natureza animal, ser porco era um estilo de vida...
Um dia o porco passeava pela rua, ia gracejando com os velhos da fila do café, com as esguias colegiais e com os japoneses de pinto pequeno.
Neste dia, a noite o porco resolveu sair para fumar um Hollywood blue-ice para tirar uma chinfra de garotão, afinal o organismo do porco era muito resistente.
Resistente ao ponto de aguentar a absorção das coisas mais podres, como os detritos da bunda do Leandro por exemplo.
Ele se vestiu com uma bela camisa polo Tommy Hilfinger azul canário belga, um calça skinni da Calvin Klein azul clara surrada estilizada, sem cuecas e nem meias, e uma par de "rasteirinhos" de camurça que a Osklen comercializava no outono.
Cabelo Toin-oin-oin vulgo "sarárá" e foi curtir um baile da pesada.
No caminho, o porco que era muito porco, acendeu o cigarro, deu uma bela tragada, olhou para o céu e caiu morto.
  

Fim.


Leonardo Jucá - 19/09/2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário